Tal como os descobridores que chegaram à Madeira em 1419, Francisco tem a ambição de descobrir e conhecer além território das suas vivências familiares. De sotaque cerrado, diz que ser grande na ilha não significa ser grande no mundo. Não deverá ser em vão que o hino da Madeira canta “Por esse Mundo além, Madeira, honraremos tua História, Na senda do trabalho, Nós lutaremos, Alcançaremos, Teu bem-estar e glória.” Pela boca de Francisco e a fazer jus aos versos, saem orgulhosas palavras: “Em mim há sempre a vontade de descobrir mais e de saber o que há para além do que eu já conheço. Isto é um pouco o meu modus vivendi, estar melhor do que o que eu estava antes. Saber que, hoje, sair de casa vai-me levar a descobrir mais alguma coisa, a provar mais alguma coisa, a ganhar algum conhecimento.
Aos 14 anos, desafiado pela mãe, trabalhou numa cozinha profissional, experiência de lhe ensinou o espírito de equipa e perseverança. A estudar atualmente em Lisboa, é desde então é “convocado” para cozinhar para a família e amigos.
Cozinhar a Fragateira de Atum é fazer uma homenagem aos dois avôs, dois exemplos de vida que faz questão de honrar, tanto na cozinha como na sua vida em geral. “São duas pessoas que são grande exemplo de vida para mim, pela perseverança e pelo o que conseguiram atingir e por tudo o que me incutiram. Este prato simboliza o meu amor e o meu afecto que eu tinha por eles e que nunca os hei-de esquecer.”
A Fragateira que faz é uma inovação de uma receita madeirense tradicional, espécie de caldeirada em camadas.
Fotografias de Manuel Gomes da Costa