Uma marmelada que é branca, cheia de alma e coração.

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Não é toda a gente que tem mãos e marmelos para esta marmelada. Que o diga Maria de Lourdes Modesto, a quem foi confiada a preciosa receita da Marmelada Branca de Odivelas. No ano passado, quando conversámos com Maria de Lourdes, perguntámos por uma história especial.

A Marmelada de Odivelas é branca e cheira a marmelo

“Bem, eu tenho a obrigação de estar igualmente grata às pessoas que me mandaram as suas receitas de família, as suas receitas de casa. Mas há uma que me comoveu especialmente que foi a história de Lucinda Canto, que, infelizmente, morreu há pouco tempo, e que sabia fazer a verdadeira “Marmelada Branca de Odivelas”. Tinha recebido a receita da mão de uma descendente da Irmã Carolina Augusta, uma das últimas freiras do Convento de Odivelas. Era analfabeta mas tinha consciência da importância daquela receita e queria transmiti-la a quem a respeitasse e a divulgasse. A consciência daquela mulher, o interesse… E chegou-me porque ela tinha sido empregada da família do meu genro. Disse á minha filha que tinha um segredo e não queria morrer sem o transmitir. Eu procurei-a quando estava a trabalhar na revista Preguiça e fomos lá recolher a receita. Tivemos que estar à espera que os marmelos estivessem na altura que ela queria – nem muito grandes, nem muito pequenos, ligeiramente amarelos mas com penugem, perfumados mas incluindo alguns verdes – e depois fotografámos tudo, todos os passos da receita. Foi uma coisa muito bonita. Acho fantástico que esta pessoa que não sabia ler, tivesse uma consciência tão grande do valor de uma receita que só ela sabia fazer com rigor. “

Fotografia ©Teresa Novak

Uma marmelada branca, cheia de alma e coração.

Uma marmelada branca, cheia de alma e coração.

“E aqui fica a receita e a lição que nos deu Lucinda Canto, uma mulher que aos sete anos criava nove irmãos, aos 12 trabalhava para sustentar a família...

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