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As mãos da Maria Castel-Branco dançam à volta da roda de oleiro, de onde saem peças únicas, ou não fosse a ligação à terra a sua paixão.

Como se representa a Mesa Portuguesa no mundo? Quem melhor para nos falar do assunto do que um embaixador-gastrófilo?Francisco Seixas da Costa, para além da vasta experiência na representação de Portugal pelo mundo, é membro da direção da Academia Portuguesa de Gastronomia, autor do blogue gastronómico “Ponto Come”, e escreve artigos de crítica gastronómica nas revistas Epicur e Evasões.

Ao longo da sua carreira foi colecionando histórias, aprimorando o gosto e o paladar crítico sobre o que lhe vem parar à mesa. As suas listas de restaurantes são cobiçadas e incentivadas, embora cada vez mais perecíveis nos dias que correm, diz.

Se é dono de um restaurante, atente ao que Francisco Seixas da Costa diz ser a desgraça de um restaurante. Se é cliente e procura um restaurante, deixe os guias de lado e procure por um senhor gordo e próspero. Uma conversa sobre a mesa com o diplomata-gastrófilo.

A minha avó disse-me uma vez que as mulheres roubam os filhos às mães. Na altura, a frase não me caiu muito bem – a minha mãe não estava ali para se defender da acusação. Já do lado da minha mãe, reza a história que um dia teve de se revoltar com o meu pai perante […]

Da minha vivência nos Estados Unidos, no que toca a hábitos alimentares, e entre os menos “maus”, trouxe um que mantenho aos fins-de-semana, com que já evangelizei a minha filha de 5 anos – comer ovos quentes com torradas ao pequeno-almoço. Cozido o ovo no meu ponto preferido – clara e gema ligeiramente cozidas – […]

Todos os dias, ao pequeno-almoço, a Avó Evelina bebia um bule enorme de chá. Quando a visitava a essa hora, tinha direito a sentar-me com ela e a beber uma chávena pequenina de chá. O chá faz as meninas bem-educadas, dizia ela.

Caiu-me a alma aos pés com o remate de Maria de Lourdes Modesto: “Os homens têm tendência a ver a cozinha como um exercício lúdico”. A par desta e de outras revelações, imaginámos o livro Cozinha Tradicional Portuguesa editado em 2081, passados 100 anos da primeira edição.

Quis a natureza que as amendoeiras estivessem em flor nesta altura do ano e quis a lenda que Gilda quase morresse, não de amor, mas por causa de um amor que a levou para longe da sua terra natal. Amor a quanto obrigas.

Dizem que a maçã é o fruto proibido, o morango é afrodisíaco, a romã anti-envelhecimento, e eu digo que a laranja é o fruto do amor. Ou pelo menos do meu amor.

Aqui nos confessamos. Fomos aos céus e pecámos – a tentação, a gula, a ganância – três vezes repetimos. Não ficou um bocadinho para partilhar com quem mais aparecesse… E nós que dizemos que À Mesa Portuguesa cabe sempre mais um… Caber até cabia mas não teria nada para comer.

Se aqui se contam histórias de receitas, esta receita não tem história nenhuma. Muito simplesmente transformei o meu aborrecimento de domingo de chuva num frenesim na cozinha, enquanto pingava lá fora, tendo sido resgatado dessa condição por este risotto cheio de qualidades.